“Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Longe de vós toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia” (Efésios 4.26,27,31 – RA).

A palavra no grego para ira, encontrada no verso supracitado, é parorgismos, que significa “indignação, exasperação” (Strong, 2002). Muitas vezes, nos deparamos com situações e atitudes de pessoas que nos deixam, de fato, indignados. E a Palavra não nos condena por, na condição humana, nos sentirmos indignados. Às vezes, diante de uma injustiça, mentira, falsidade ou traição nos vemos em um lugar onde os sentimentos ficam aflorados e existem até mesmo algumas reações, que muitos chamam de “a indignação do inocente”. Mesmo diante disso, não podemos esquecer do conselho do apóstolo Paulo: “Não deixe o sol se por sobre a vossa ira”. No meu entendimento, isso nos mostra a condição de tomarmos todas as providências para não deixarmos a ira permanecer e, consequentemente, afetar nosso interior.

Com base no texto de Efésios 4.26,27,31, quero compartilhar com você uma conclusão a qual cheguei quando li esses versículos. Abaixo, veremos como é importante nos posicionarmos em nosso coração. Não pretendo estabelecer doutrina sobre esse quesito e, sim, fazer você pensar através dessa ilustração.

O QUADRO 1 demonstra o que acontece conosco, quando atentamos à instrução divina. Vejamos:

QUADRO 1: Ira, indignação, chateação – O sentimento vem, o pensamento vem; Não deixe o sol se por sobre a ira – Trate logo por dentro, posicionando-se adequadamente, espiritualmente e diante dos homens; Longe de vós – Livre da ira. 

Agora, observe como a situação muda completamente se não adotarmos a atitude de tratar nossa emoção rapidamente, com diligência, conforme o “item 2”, do QUADRO 2. Vejamos:

QUADRO 2: Ira, indignação, chateação – O sentimento vem, o pensamento vem; Não tratou, deixou correr solto; No “jardim do coração”: a ira cresce e se transforma em uma série de outros sentimentos danosos. 

Se quisermos que a justiça do Senhor entre em nosso favor, deveremos atentar para a poderosa palavra de Tiago 1.19,20 – RA. Diante de algumas questões da vida, somos tendenciosos em partir para o contra-ataque, agindo e reagindo na própria força. Nessas horas, devemos buscar ser dirigidos pelo Espírito Santo, que sempre nos guiará segundo a Palavra.

“Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago 1.19,20 – RA).

Algumas pessoas guardam, por anos, sentimentos de amargura e, em um determinado momento, muitas vezes impulsionados até por uma pequena atitude da pessoa de quem está guardando mágoa, o amargurado “explode”, rompendo em ira. Comumente chamamos de “gota d’àgua”, a ação, muitas vezes simples, que desencadeia uma reação imediata.

Você já viveu ou presenciou uma reação de ira extrema por parte de alguém, que foi ocasionada por uma situação tão pequena, parecendo muito desproporcional a ação pela causa? Isso geralmente acontece com o amargurado porque ele acumula sentimentos e reage sem medir as consequências dos seus atos.

Essa questão do o de ira é tão séria que afeta até mesmo as crianças. Lembro-me que, em minha infância, muitas vezes vinha em mim um o de ira, que eu denominava “a raiva”. Era algo tão ruim que me fazia bater nas outras crianças. Nessa época, não tínhamos conhecimento da Palavra e boa parte de minha família vivia no ocultismo. Sei que muitos desses os de raiva vinham, também, por influência maligna.

Mas quero dizer algo a você: o maligno irá parar ao perceber sua posição diante de Deus. Ele não manda em sua vontade! Você pode dar um basta agora mesmo em sua influência.

Não me recordo exatamente a idade que tinha, se seis ou sete anos, mas nunca esquecerei do dia em que entrei em uma capela, dobrei meus joelhos e orei ao Senhor Deus Todo Poderoso: “Deus, retira essa raiva de mim, pois eu não quero mais agir assim”. Mesmo sem um conhecimento profundo do Senhor, rendi-me, abri meu coração com aquela oração, e graças a Deus aqueles os de raiva aram. Foi algo maravilhoso render-me ao Senhor ainda tão criança!

Já vi muitas pessoas tentando responder ao seu ofensor com a mesma moeda ou “dando o troco” numa medida ainda maior. Nessas situações, essas pessoas são conduzidas por uma ira que as leva a querer, a todo custo, atingir o ofensor.

“Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança.” (I Pedro 3.8,9 – RA).

Como seres humanos, estamos sujeitos a sentimentos de ira, mas não podemos agir e reagir direcionados por eles. A Bíblia nos incentiva a manter longe de nosso coração esses sentimentos, conforme o texto bíblico supracitado.

Há alguns anos, fui procurado por um colega profissional da área de comunicação, muito competente tecnicamente, porém, no quesito controle emocional, muito impulsivo. Na verdade, ele não estava querendo um conselho sobre qual decisão tomar, mas apenas me informar o que havia feito, porque eu o havia indicado, inicialmente, para trabalhar em uma grande empresa de comunicação em nossa região.

Ele foi desenvolvendo suas atividades profissionais de modo satisfatório, de forma que, após o período de experiência, conseguiu uma efetivação, posteriormente uma ascensão para um cargo muito importante e, consequentemente, um excelente nível de benefícios e reconhecimento financeiro.

Certo dia, um dos seus companheiros de trabalho o xingou no meio de uma discussão e ele foi tomado de uma ira tal que chegou ao ponto de não aguentar permanecer naquele lugar, vindo a pedir demissão daquela empresa – segundo a versão que me relatou. Recentemente, buscava uma recolocação no mercado de trabalho e não estava sendo fácil o momento que estava vivendo.

Não quero julgar aquele colega, nem muito menos você, querido leitor, que em algum momento agiu ou reagiu, tomando decisões que comprometeram sua carreira profissional, ministerial, seus relacionamentos interpessoais ou até mesmo sua condição familiar. O que desejo é que você aprenda com as situações que viveu e, se está diante de uma decisão a ser tomada, pense nas consequências. 

Gosto muito de uma frase que ouvi há alguns anos e é de domínio público: “O sábio aprende com os erros alheios, o inteligente com os seus próprios erros e o insensato não aprende, continua errando”.

“Agir sem pensar não é bom; quem se apressa erra o caminho” (Provérbios 19.2 – NTLH).

Precisamos refletir diante de nossas decisões, porque elas afetam diretamente nosso presente, futuro e aqueles que nos rodeiam. Não quero trazer condenação para você, se em algum momento você foi impulsivo e “meteu os pés pelas mãos”, precipitando-se em suas ações. Se assim aconteceu, e existe a possibilidade de retornar, seja humilde, volte lá, reconheça suas falhas, peça perdão. Mas se não existe mais possibilidade de voltar ao local que se estava, por causa das próprias consequências naturais (como no caso daquele colega que não conseguiria mais voltar a trabalhar naquela empresa), mesmo assim faça uma autoanálise, reconhecendo suas falhas diante do Senhor e dos homens (liberando o coração para perdoar aquele que o ofendeu), crendo no sangue de Jesus que nos purifica e perdoa de toda injustiça.  

Permita-me fazer uma observação importante em relação a estar magoado com alguém e essa pessoa já ter morrido. Essa é a única situação em que você não deverá buscar pedir perdão àquele que o ofendeu porque, biblicamente, entendemos que não devemos fazer oração pelos mortos. Orar pelos mortos é estritamente proibido na Bíblia. No livro de Deuteronômio 18.11,12 – RA, está escrito que a “consulta aos mortos” é “abominação ao Senhor”. Claramente, Deus declarou que esse tipo de coisa não deve ser feita. Nesse caso, você deve conversar diretamente com o Senhor, liberando seu coração de todo ressentimento que teve contra aquela pessoa.

*Trechos do Livro “Livres da amargura“.

6 Comentários

  • MUITO boa essa reflexão pastor,realmente é isso que o SENHOR quer de nós

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  • Muito importante para todos , vivi um momento de amargura na minha vida, e paguei um preço muito alto, pois houve vingança, e paguei o mal com o mal!!
    Sementes que vc planta, vão ser colhidas lá na frente. Ame , perdoe, acolha a pessoa e abrace.
    Não guarde rancor, é um câncer dentro de vc!! DEUS É AMOR!!

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  • “Nossa posição diante de Deus faz parar ações do diabo (pecado) , em nós.
    Excelente ensinamento

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  • Muito bom esta leitura ,as experiências do próximo nos ajuda a nao sermos negligentes como o nosso futuro …e a liberarmos perdão, nos arrependendo e a crermos nos planos de Deus.
    Deus é bom ,obg pela equipe maravilhosa do verbo da vida ,sempre com amor e excelência em tudo oq faz .

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