por Perilo Borba
Feliz 2015! Sei que hoje é 1º de Março e não de Janeiro, mas, depois das merecidas férias e um período de muito trabalho em eventos neste início de ano, estou voltando à ativa no Blog.
Recentemente, ouvi a expressão “ouvido de mercador” e fiquei pensando muito sobre ela. Fui, então, conversar com o amigo Google a fim de pesquisar a origem da mesma. Embora sempre com semelhantes significados, encontrei relatos distintos sobre como ela surgiu. Retirei também boas lições de tudo isto e decidi compartilhar com os irmãos.
“Fazer ouvido de mercador” significa simplesmente não dar importância ao que escutou, fingir-se de surdo diante da situação, não considerando o que lhe foi falado.
Para alguns, a expressão surgiu devido o procedimento de alguns mercadores (alguém que se dedicava a vender bens ou objetos, viajando de terra em terra ou de um país para outro). Enquanto gritavam alto anunciando seus produtos, eles ficavam indiferentes diante de alguns pedidos de descontos, “pechincha”, ou reclamações dos clientes.
Para outros, a palavra original é “mArcador”, e refere-se aos marcadores de escravos no antigo mercado negreiro nacional. Eles marcavam os escravos com o ferro em brasas contendo as iniciais dos seus donos, identificando-os para evitar trocas ou serem encontrados se fugissem. Enquanto faziam o seu trabalho, eles escutavam gritos de dor, clamores, choros e súplicas, mas não podiam se sensibilizar diante disto e deveriam ir até o final.
Diante de tudo isto, quero refletir junto a você que, em algumas situações, precisamos mesmo fazer ouvido de mercador, afinal, “há muitas vozes no mundo” (I Co. 14.10), e não podemos considerar tudo aquilo que ouvirmos… e digo isto para o nosso próprio bem!
Não podemos diminuir o poder ou a veracidade da Palavra de Deus mesmo que o diabo, as circunstâncias ou pessoas digam: “não é bem assim”. Foi isto que a serpente disse para Eva: “Não é bem como Deus disse” (Gn. 3.4). Não diminuamos uma verdade inspirada por Deus, ficando tímidos de anunciar a Palavra da fé, diante de uma ameaça de que somos heréticos, ou diante de uma grande adversidade. Não viva pelo que vê ou sente. Creia no que está escrito, é realmente como Deus disse!
Pensamentos negativos podem chegar para nós e devemos rejeitá-los, não deixando com que estes afetem as nossas emoções. Palavras negativas também podem chegar até nós, inclusive através de pessoas que tanto amamos e que podem está tão próximas. Não devemos permitir que críticas, mentiras, perseguições, calúnias e fofocas nos impeçam de continuar avançando no cumprimento do nosso trabalho, ministério ou carreira proposta por Deus.
O apóstolo Paulo também nos ensinou que o amor não se ressente do mal, ou simplesmente “não leva em conta” o mal que foi feito ou falado contra si. Fazer ouvido de mercador lhe ajudará a não magoar-se e não deixar que nenhuma raiz de amargura lhe perturbe e faça com que o diabo alcance vantagem ou ache brechas na sua vida.
Por fim, é possível também que estejamos fazendo ouvido de mercadores quando não deveríamos está fazendo. Não faça ouvido de mercador quando tiver um testemunho interior, quando Deus falar pelo Seu Espírito ou quando Ele usar alguém para falar conosco, muitas vezes sendo até para nos confrontar, corrigindo algo que é necessário a fim de ajustar o nosso caráter e procedimento. Nem sempre Deus falará somente o que gostaremos de ouvir.
“Quando ouvir a voz de Deus, não endureça o seu coração – não faça ouvido de mercador” (Hb. 3.15). “Não sejamos ouvintes negligentes, mas operosos praticantes” (Tg. 1.22). Afinal, Jesus é o nosso bom pastor, as suas ovelhas ouvem a sua voz e seguem – obedecem, agem de acordo com o que ouviram, consideram a direção que receberam (Jo. 10.27). Ele também está à porta e bate, ao ouvi-Lo, abra-a e permita-O cear com você (Ap. 3.20).
