Sua vida reflete santificação?

Thiago Freitas
Integrante da equipe ministerial do Verbo da Vida em Belo Horizonte (MG)

“À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (I Coríntios 1.2).

Você conhece o seu chamado? Muitas vezes associamos “chamado” a um convite ao serviço. A santificação é um resultado da graça de Deus e da obra da redenção; aquilo que Cristo fez por nós em sua morte e ressurreição. Nós fomos santificados!

A palavra santificados é a palavra “hagiazo”, que significa “separar das coisas profanas; dedicar a Deus; consagrar coisas a Deus; dedicar pessoas a Deus; purificar, limpar externamente; purificar por meio de expiação; livrar da culpa do pecado”.


“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus” (I Coríntios 6.9-11).

Fomos lavados, justificados e santificados. Não tem a ver com as nossas obras ou com o que fizemos, foi o que Deus fez em Cristo por nós na sua morte, sepultamento e ressurreição. Ele nos lavou da culpa do pecado e nos santificou. Paulo diz que os que foram santificados, foram chamados para ser santos. Na prática, esse chamado para ser santo, em sua essência, é mudança de comportamento.

“Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância” (I Pedro 1.14).

Os que foram santificados em Cristo Jesus são chamados para ser santos, isso diz respeito a não retroceder à velha vida, a não nos moldarmos às paixões que tínhamos anteriormente em nossa ignorância; nos tornarmos santos em todo o nosso procedimento.

A abolição da escravidão no Brasil se deu no dia 13 de maio de 1888. Para garantir a liberação dos escravos, um documento foi assinado. Naturalmente falando, da perspectiva legal, no dia seguinte não havia mais nenhuma pessoa em condição de escravo. Mas, na prática, depois da do documento, muitos escravos se mantiveram na realidade de escravos. Na época, as informações não corriam com a facilidade de hoje. Assim, os proprietários não informaram aos escravos que a sua forma de viver, agora, poderia ser diferente.

Não somos mais escravos, não precisamos nos portar mais como escravos, e nem viver práticas da nossa antiga natureza. A nossa experiência agora é transformada a partir da libertação que já nos foi garantida. A Bíblia diz que o pecado já não tem mais domínio sobre nós, pois não estamos mais debaixo da Lei, estamos debaixo da Nova Aliança, na graça. Cristo garantiu a nossa libertação, e agora o nosso desafio é ar por transformação!

Se definimos essa convocação do Senhor como uma mera realização, de forma consciente ou não, supervalorizamos o quesito habilidade, ou capacitação para produtividade, em detrimento da importância de caráter. O ministério não se resume somente em fazer o trabalho que Deus nos confiou; o ministério começa pelo ser!

Ele nos chamou para ser santos. Nossos ministros têm nos despertado para importância de capacitação, muitos buscando aprimorar oratória, capacidade de relacionamentos interpessoais, gestão, liderança. Não há nada de errado quanto a isso. O que não podemos aceitar, é que o aperfeiçoamento das habilidades e a performance para isso substitua o quesito “ser”!

O ministério não é um negócio a ser tocado com habilidades humanas e naturais. De acordo com a Palavra, o episcopado é fundamentado no exemplo e no caráter. Se olharmos para toda Escritura, vemos um padrão que se repete: a relação bíblica entre santidade e ministério. Se todos os crentes foram chamados para ser santos, em Jesus Cristo, que dirá os ministros?

Nós deveríamos ser os primeiros a nos comprometermos com o Senhor, em uma vida de integridade, pureza, uma vida que é reflexo e exemplo para outros!

“E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (Êxodo 8.36-38).

Temos, nesse texto, uma espécie de pequeno cartaz que todos deveriam ver: santidade ao Senhor. 

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (II Timóteo 2.15-22).

A palavra “santificado” aqui é associada a “útil ao seu possuidor”, “preparado para toda boa obra”. A grande verdade é que, para se estar no ministério, é requerido mais que habilidade: é preciso integridade, caráter e honra. Muitos danos têm sido causados ao Corpo de Cristo, devido à imoralidade entre os líderes. Muitos incidentes endurecem o coração dos incrédulos, como desiludem jovens crentes e são altamente perturbadores e desmoralizantes. Devido ao rastro da imoralidade, existe uma coleção de vidas devastadas, cônjuges distraídos e crianças confusas. 

Não fale somente sobre pureza, seja uma referência de pureza! A orientação bíblica para os líderes é tratar as moças da igreja com toda pureza, como se fossem irmãs. Não use da posição de influência para satisfazer os seus prazeres carnais ou para manipulação. A essência do que eu quero compartilhar com você são os os para manter uma integridade moral.

Tony Cooke, em seu livro “Qualificados”, transmite, em uma seção intitulada como “assassinos de ministério”, os para uma integridade moral.

Sendo eles:
– Tome uma decisão de qualidade;
– Mantenha um relacionamento sólido com Deus e sua esposa;
– Reconheça sua vulnerabilidade;
– Lembre-se das consequências dolorosas da imoralidade;
– Reconheça que uma falha moral não começa com o ato físico do adultério;
– Seja consciente disso e evite fatores precipitantes;
– Preste contas;
– Tenha temor
.

Não somos profissionais do púlpito. Aprendemos a fazer, como conduzir, mas estamos debaixo do mover do Espírito Santo, da inspiração e da condução da Palavra. Buscamos do alto, fruto do nosso relacionamento com Deus. No púlpito, vamos transbordar aquilo que estamos vivendo em nosso secreto com o Senhor. 

Um provável candidato à falha moral, é a pessoa que se considera invencível diante da tentação. Não podemos pensar de forma ingênua. Até que o nosso corpo seja glorificado, incorruptível e imortal, teremos que lidar com a tentação; teremos que manter a vigilância. Não ficou ultraada a mensagem de mortificação da carne!

Quando nos rendemos à imoralidade, geramos angústia ao Senhor que nos redimiu; arrastamos o nome sagrado do Senhor para lama. Teremos que olhar para Jesus, o Justo Juiz, face a face, e prestar conta de nossas ações pecaminosas; teríamos o ministério, entregue por Deus, aleijado e confiscado; infringiria magoa indescritível em seu cônjuge, perdendo o respeito e a confiança deste; machucaria os filhos amados; destruiria o exemplo e a credibilidade com os filhos, anulando todos os esforços presentes e futuros de ensiná-los a obedecer a Deus; geraria possibilidade de perder esposa e filhos para sempre; traria vergonha à família; perderia o respeito próprio; criaria uma forma de culpa muito difícil de abalar; formaria memórias e flashbacks, que poderiam assolar a intimidade com o cônjuge; perderia anos de treinamento ministerial e experiência de um longo tempo, talvez de forma permanente; possivelmente, causaria uma gravidez, com todas as implicações pessoais e financeiras, incluindo um lembrete para toda vida, do pecado cometido. 

O pecado levará você além de onde pretende ir, o manterá mais tempo do que você pretende ficar e lhe custará mais caro do que você poderia pagar. Não é difícil tomar decisões quando você sabe quais são os seus valores. Uma falha moral não começa com o ato físico. Seja consciente e evite ações precipitadas. O pecado ama tomar vantagem do sigilo. 

Temor é um profundo e permanente respeito por Deus, por todas as coisas que Ele declara santas; é atribuir ao Deus infinito o mais elevado lugar de honra na sua vida; é tremer com reverência diante do privilégio da Sua presença e da maravilha da Sua Palavra; é honrar o que Ele honra, amar o que Ele ama, detestar o que Ele detesta, e fazer do interesse d’Ele o nosso maior interesse. O temor do Senhor é uma disposição interna que produz medo, pavor e até temor diante do simples pensamento de ofender a Deus.

*Trechos da mensagem do dia 14 de julho, na Conferência de Ministros Nordeste 2023.

1 Comentário

  • Instruções do alto! Palavras de Salvação… Remédio e vacina.
    Foi uma conferência marcante pra todos nós e um alerta para os ministros, principalmente as ministração de Thiago Freitas e Thiago Garcia.

    Resposta

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