ENTREVISTA: Missionário Alex Konig contou suas experiências no Paraguai

ENTREVISTA: Missionário Alex Konig contou suas experiências no ParaguaiAlexander Konig congrega na Igreja Verbo da Vida em Guaratinguetá (SP), é casado com Fabiana e tem três filhos. O missionário concedeu uma entrevista para nossa equipe, na qual compartilhou sobre suas vivências no Paraguai. Ele e família se dedicaram ao evangelismo e discipulado naquela nação, propagando a Palavra da Fé com ousadia!

PORTAL: Qual a experiência que considera a mais profunda deste tempo em que esteve no Paraguai?

ALEXANDER: No Paraguai, encontrei um povo sofrido, machucado, e um lugar em que achei maior facilidade para alcançar pessoas. O que mais marcou minha vida foi o evangelismo prisional. Eu me realizei nas cadeias, como ministro e missionário. A cadeia foi algo assim, fenomenal. Aquele lugar chocou a minha vida, me animou, me alegrou e me entristeceu, muitas vezes.

Na chegada ao Paraguai, nós tivemos a oportunidade de ganhar para Jesus um homem chamado Luiz Villa. Esse homem era um advogado de porta de cadeia, que no ado também foi um grande diretor na fronteira com o Brasil. Mas ele perdeu o emprego e estava com depressão, estava com um problema no fígado, havia perdido o pai e a mãe. Ele estava mal. Foi nesse cenário de guerra pessoal que ele estava atravessando que eu o encontrei. Ele foi a primeira pessoa que recebeu Jesus debaixo do nosso ministério no Paraguai.

A constituinte paraguaia diz que todo recluso tem direito a um advogado, a um clínico, um psicólogo e a um capelão. A minha capelania era a única que tinha nesse presídio. Então, eu tive uma estratégia de conversar com os presos individualmente e, ouvi-los, me fez  fazer parte da história daqueles homens. Os ouvindo, Deus me deu uma inspiração de fazer o que eu nomeei de “cerceamento familiar”. Junto à direção local, consegui recursos para trazer a mãe, o filho, o tio, a avó e outros familiares para visitar esses homens que estavam à margem da sociedade. 

PORTAL: Como você se vê como missionário antes e depois de todos esses anos no Paraguai?

ALEXANDER: Mais maduro! Afinal, aprendemos, não é? Descobrimos coisas que talvez fizemos por falta de experiência, mas já não faremos mais. O campo missionário é um terreno fértil para o aprendizado constante dos missionários. Tiramos aprendizados de tudo!

PORTAL: O tempo de pandemia trouxe lições para o avanço da obra naquele país?

ALEXANDER: Sim. Nesse período, focamos não somente no seio local, mas também em trazer as famílias para mais próximo. Utilizamos bem as redes sociais e realizamos diversas reuniões pelo aplicativo Zoom. Estivemos conectados com o pastor Marcos Honório nas reuniões que ele tinha no Chile e levamos as pessoas para estarem conectadas na mesma visão.

Desses dois anos de pandemia, seis meses foram 100% fechados no Paraguai. Era caso de polícia sair para a rua. Mas, como Deus sempre tem uma estratégia, eu estava trabalhando lá como vendedor de pisos e Deus abriu uma porta pra mim no ramo da construção, que é um trabalho considerado essencial. Assim, eu tinha uma autorização da Prefeitura local e podia sair das 10h da manhã às 14 horas. Isso me possibilitava ar nas casas e dizer aos membros: “Olha, não desanima não. Estamos juntos”. Essa foi a maneira que Deus usou para nós avançarmos nesse tempo. 

PORTAL: Qual o conselho que você daria para os novos missionários que pretendem servir na América do Sul?

ALEXANDER: O primordial é aprender o espanhol.  Tem que conhecer a língua. Por exemplo: Quando você abre o computador, tem a tela inicial e as pastas. Só que ao ver uma pasta, você não tem a definição exata do que está dentro dela. Então, você tem que clicar nessa pasta para que a subpasta se abra. A mesma coisa é no campo missionário.

Você simplesmente saber que tem que ir, não é suficiente. Somente saber que tem que aprender um segundo idioma, também não. Você tem que ir lá antes, espiar a terra para abrir as subpastas, porque a tela inicial é o país. O que são as subpastas? O aluguel, as famílias em torno da casa que você vai morar e as pontes de relacionamento, que são o mais importante.

Outro aspecto que eu acredito ser importante é que o missionário não pode ir ao campo se ele não for resolvido na igreja local. Ele tem que ter uma boa comunhão com Deus e com sua liderança. Eu digo que o missionário é a extensão do braço de fé da igreja local. Se ele tem essa ponte de relacionamento estabelecida, a igreja local vai enviá-lo. Ele vai chegar com excelência e as coisas vão acontecer. Resumindo, a prioridade é o idioma do país, conhecer a terra antes de ir e ter a plena comunhão na igreja local.

PORTAL: Quem é o seu maior referencial em missões e por quê?

ALEXANDER: Eu tive duas inspirações. A primeira foi em 1998, quando eu e o pastor José Roberto, de Guaratinguetá (SP), fomos nos expor à unção de um pregador chamado Dave Roberson, quando ele esteve em um evento em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Nós saímos de São Paulo e fomos escutar um homem que falava de fé.

Quando cheguei nesse evento, Deus tinha algo preparado para a minha vida missionária, porque lá havia um homem chamado Osnei Valter Cruz. Era um missionário vindo da África, um brasileiro que deixou sua vida em Goiás para ir a Moçambique pregar o Evangelho. A mensagem desse homem me golpeou e ali eu percebi que eu tinha que fazer a diferença no campo missionário.

Além disso, claro, o outro grande referencial para a minha vida foi o Apóstolo Bud Wright, que saiu da sua nação e veio ao Brasil alcançar as nossas vidas. Ele deixou um legado tremendo e, hoje, muitos missionários tem saído do Brasil, assim como eu, para alcançar outras nações. 

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