por Sylvia Lima

Nem sempre as coisas lá fora serão favoráveis para dizermos “Eis-me aqui”. Nem sempre, as circunstâncias serão favoráveis para cumprimos o Plano de Deus em nossas vidas. Porém, independentemente das particularidades de nossas rotinas, todos ainda temos um chamado. E todos nós fomos chamados ao Ministério da Oração.

Oração não é para um ou para outro. Todo crente é chamado a falar com Deus. Afinal, é nisso que essencialmente consiste a oração: relacionar-se com o Pai. Por causa do que Ele fez em nós e do novo tempo que vivemos com Ele, é que nos achegamos a Ele, falamos com Ele e andamos na presença d’Ele.

Certo dia, um irmão me disse “Sylvia, iro o quanto você gosta de orar. Uma pena que eu também não tenha esse chamado. Eu sou um Mestre da Palavra. Não sinto a necessidade de ter uma vida de oração como a sua”. Ao ouvir aquilo, prontamente respondi: “Bom, se o senhor é Mestre da Palavra, precisa estudar mais. Como podemos ser chamados para ensinar as Escrituras sem  a consciência de que precisamos de um relacionamento com Deus?”.

Nós precisamos conhecer Deus como nosso Pai. Ele nos salvou, nos redimiu, perdoou os nossos pecados para vivermos uma vida com Ele. Se olharmos atentamente para a Bíblia, veremos que toda a Palavra gira em torno da oração. Nos Evangelhos, por exemplo, Jesus chama o Senhor de “meu Pai” mais de 190 vezes. O que isso mostra? Que a consciência de intimidade era fundamental no ministério que Ele exerceu.

Não por acaso, Mateus 21.13 diz que a Igreja (e isso fala de mim e de você) será chamada Casa de Oração. Nós falamos com Deus, reconhecemos a Voz Dele e seguimos cada instrução porque não queremos perdê-lO de vista. Somos “Casa de Oração” porque é essa a prática que norteia (ou deveria nortear) as nossas ações.

Lucas 3.21 mostra que o céu se abriu quando Jesus orou. Para nós, o céu já se abriu quando o véu foi rasgado. Mas o que temos feito com esse o? Será que só contemplamos? Quantos de nós não sentem falta de um lugar onde as coisas acontecem e a paz de Espírito nos toma por completo? Se quisermos esses resultados, é preciso que aprendamos a ter o nosso momento com Deus como prioridade.

Certo dia, estava em minha casa quando recebi uma mensagem. Nela, irmãos  pediam oração por um local na Europa, onde uma forte ventania estava arrastando pessoas e machucando-as. Ao ler aquela mensagem, exclamei “Pai, se é para orar, eis-me aqui!”. Imediatamente, me vi no meio daquela ventania. Um espírito de intercessão se levantou dentro de mim, era como se cada perigo estivesse também batendo à minha porta. Orei até sentir a calmaria chegar em meu coração. Poderia contar vários outros testemunhos parecidos. Deus não quer apenas nos abençoar, mas também confiar os assuntos Dele a nós, ao ponto de viajarmos no Espírito até mesmo para locais remotos.

Intercessão, no hebraico, significa “paga”. É uma palavra que pode simbolizar encontro e confronto. Não parecem coisas distintas? Mas faz total sentido. Ao tempo em que confrontamos uma situação adversa em torno de algo ou alguém, também nos rendemos ao nosso Pai. Ficamos perto Dele. Nos encontramos com Ele.

No mundo, as pessoas estão perdidas, confusas, sem saber aonde estão indo. Será que você consegue ouvir o clamor dos que estão lá fora? Algumas vezes, ouço pessoas na igreja dizendo “Não posso fazer nada se as pessoas querem viver de tal forma!”. Bem, deixe-me dizer algo: não é que as pessoas realmente queiram viver dessa forma. Mas quando se é cego, qualquer caminho parece ser uma boa rota.

Em Tiago 5.16, está escrito “Orai uns pelos outros”. Neste trecho encontramos o significado mais simples para intercessão. A instrução mais didática. Fica muito claro que não é preciso um chamado específico a um ou outro. A epístola é para toda a Igreja. Poderia ear por toda a Bíblia mostrando como a oração norteia a Palavra. Para nós, é prática fundamental.

Quando Jesus foi guiado ao deserto, parece que Ele está adentrando num lugar sem respostas. Mas, mesmo ali, Cristo foi suprido em tudo. Ele conseguiu derrotar o diabo falando a Palavra certa no momento certo. Mas deixa eu te chamar a atenção para algo: existia mais de uma voz falando com Ele no deserto. Deus, o Espírito Santo e o diabo. Mas Jesus sabia reconhecer a voz do Pai.

 Vez por outra, alguns irmãos me contam as suas experiências e dizem “Não sabia se era Deus ou o Diabo falando”. Isso ocorre pela falta de treinamento, pela falta de prática. Isso é perigoso demais. Já ei por uns “perrengues” em minha vida e asseguro que só consegui fazer o certo porque reconheci a instrução de Deus.

Nem sempre tivemos os celulares modernos que temos hoje. Na época do telefone discado, atendíamos as ligações sem saber quem estava do outro lado. Mas, se era conhecido, a voz logo denunciava. Nunca tivemos tanto a necessidade de reconhecer a voz de Deus. Como é necessário usarmos o tempo de oração não só para desabafar com Ele, mas deixá-lO falar também!

De longe, todos nós deixamos de ver com clareza, perdemos detalhes. Mas, de perto, tudo se torna nítido. Deus quer que você O veja. Não somente como o “Deus da Igreja”, como o braço arrepiado enquanto o grupo de louvor canta. Deus quer que você ande com Ele, pois Ele já tem andado com você. Ele quer que você O sirva também orando pelos outros. 

Que tal tirar um momento da sua vida de oração para ir além de suas necessidades? Orar pelas autoridades, por pessoas em leitos de hospitais, pelos seus líderes de sua igreja. Apenas diga “Pai, eis-me aqui!”. E deixe que Ele te conduza a um novo nível de relacionamento.

 

1 Comentário

  • Apensar de pouco contato com Silvia mas todos os momentos foram inesquecíveis. Ela deixou um grandes levado de humildade, honra e dedicação.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

NewsLetter

Cadastre-se em nossa lista para receber atualizações de nosso portal. 

Destaques da semana​
Estude no Maior Centro de Treinamento Bíblico do Mundo!