A Palavra da Fé está se expandindo pela África

O casal missionário Samuel e Kalline Moraes inicia uma nova estação em Lubango, no sul de Angola. Durante a última Conferência de Ministros África, o pastor Judsi Calado declarou: “A Palavra da Fé chegou à África e está se expandindo”. Nessa mesma ocasião, Manoel Dias, inspirado pelo Espírito, profetizou sobre um avivamento que estava chegando no Sul de Angola.

Antes dessa nova etapa, o casal serviu na República Democrática do Congo e, posteriormente, na capital de Angola, Luanda. Agora, embarca com a missão de expandir ainda mais a Palavra da Fé no continente africano.

Durante a visita ao Ministério Verbo da Vida, Samuel e Kalline concederam uma entrevista ao Portal. Confira a seguir:

Como tem sido esse tempo de retorno temporário ao Brasil?

Samuel: Tem sido uma grande bênção retornar ao Brasil e rever a família. Além disso, é gratificante ver o crescimento e o desenvolvimento da igreja local, assim como visitar outras igrejas. Tivemos a oportunidade de criar novas conexões e, ao mesmo tempo, ‘recarregar as baterias’. Esse tempo é muito importante para o missionário, pois permite voltar ao campo a visão reforçada. Especificamente em Campina Grande (PB), a gente sai daqui ‘molhado’ com a visão — e isso é essencial para manter o fôlego, o ânimo e dar o próximo o.

Vocês podem falar sobre o campo missionário na África?

Kalline: Tem sido uma experiência maravilhosa, especialmente por termos a oportunidade de conhecer de perto a cultura e viver o dia a dia na vida com as pessoas. Temos visto a Palavra da Fé tocando vida de pessoas e suas famílias. É incrível testemunhar essas mudanças. Sabemos o quanto é importante estarmos no campo, mas também sair deixando sempre as portas abertas. Já amos pela República Democrática do Congo e, agora, estamos saindo da capital de Angola para iniciar um novo tempo em Lubango. Em cada lugar por onde amos, deixamos portas abertas e a possibilidade de, a qualquer momento, retornamos para desenvolver novos projetos.

Samuel: Tem sido um marco em nossas vidas ver a fidelidade de Deus. Não procuramos essas coisas; simplesmente servimos com fidelidade àquilo que Deus colocou em nossas mãos. Fomos fiéis à visão na vida do pastor Adilson, e depois na vida do Pr. Judsi. Deus viu a fidelidade em nossos corações e abriu essa porta. É um privilégio enorme, especialmente considerando que Angola é um país muito grande e muito populoso. Em Lubango, as pessoas já estão animadas com a notícia de que um casal de missionários levará a Palavra da Fé, com a expectativa de estabelecer uma escola bíblica. Sabemos que o crescimento virá de forma natural, e cremos veremos a Palavra de Deus alcançando aquele lugar.

Como veio a direção de ir a Lubango?

Samuel: Quando o Pr. Judsi assumiu a igreja de Luanda, já havia ‘uma nota em nosso coração’ sinalizando que aríamos um tempo ali, mas não a vida toda. Já havia uma direção que iríamos a um local específico. Durante uma viagem que fizemos em 2022 a Lubango, encontramos com a missionária Iracelma, que comentou que sobre um grupo de pessoas que orava com expectativa para a Palavra da Fé chegar naquele lugar. Fomos convidados para realizar um culto com aquelas pessoas. Conversamos, oramos juntos e chamamos à existência uma porta aberta da Palavra da Fé naquele lugar. Ao retornarmos a Luanda, compartilhamos com o pastor Judsi, que se dispôs a orar conosco sobre essa direção. Com o tempo, esse desejo de estar lá ali foi crescendo em nossos corações. Gostamos muito do local e do tempo que amos por lá.

No ano ado, durante a Conferência de Ministros África, Deus usou Maneco para liberar uma palavra muito específica. Nós só chorávamos, pois sabíamos que era algo do Senhor. As características das pessoas daquele lugar são as Mumuilas — grupo étnico, cujas mulheres usam adereços diferentes e andam como índios. Esse grupo só existe nesse lugar específico em Angola. Naquele momento, o pastor Judsi entendeu que estávamos entrando em uma nova estação. Recebemos a imposição de mãos dele e do bispo Guto, confirmando essa transição. Foi maravilhoso ver Deus alinhando tudo. Na Conferência, sentimos que as portas estavam sendo abertas e nossas autoridades espirituais nos liberaram com entendimento e direção.

Estamos como quem sonha. Sabemos que, naturalmente, ainda há muito a ser feito — há mudanças e desafios —, mas nossos corações estão cheios de alegria. Sempre carregamos a compaixão de ver essa Palavra alcançando outras províncias. Vimos pessoas se deslocando de lugares distantes apenas para estudar em Luanda. Agora, já há frutos em Huambo, Bengo e, em breve, no sul de Angola. A Palavra da Fé vai alcançar muitas vidas.

Kalline: Receber a imposição de mãos do apóstolo Guto naquela conferência foi um marco para nós. Nada se compara a sair com a bênção do nosso apóstolo, que em Angola é carinhosamente chamado de ‘pai grande’. Ali vimos claramente o favor e a graça de Deus sobre essa nova fase, e nossa convicção só aumentou: era o tempo certo para essa transição. Assim que chegamos em Luanda, uma missionária nos perguntou se já conhecíamos Lubango, porque havia nos visto naquele lugar. Na hora, não demos muita atenção. Porém, algum tempo depois, ela mencionou isso novamente. Diante da insistência, decidimos ir conhecer a cidade. E, quando chegamos, sentimos como se já estivéssemos em casa. No início, até questionamos por que Deus nunca havia falado diretamente sobre uma cidade específica na África — até então, a direção era sempre voltada ao continente como um todo. Mas entendemos que vivemos por estações, e Deus nos guia em cada uma delas, o a o.

Na visão de vocês, como é acompanhar a expansão da Palavra da Fé na África?

Samuel: Tem sido maravilhoso testemunhar o crescimento da Palavra da Fé no continente africano. Um momento marcante que nos tocou profundamente foi no Dia Verbo da Vida de Missões, no ano ado, cujo tema foi: ‘Uma alegria chamada África’. Na ocasião, nosso pastor, Judsi, ministrou na Igreja Sede.

Sabemos que é um grande desafio treinar ministros em um campo tão extenso e populoso, mas o pastor Judsi está totalmente engajado nessa visão de expansão — e temos tido o privilégio de colaborar com ele nesse propósito.

Durante a Conferência de Ministros Centro-Oeste 2024, o pastor Jason Diamantino ministrou uma palavra impactante sobre Conquistando territórios. Ele foi bem incisivo na abordagem, e percebemos como tudo isso está completamente alinhado com o plano e a vontade de Deus para esta geração e para o continente africano.

Esse avanço tem sido visível em várias frentes: na Escola Bíblica, nas igrejas locais e nos grupos familiares. O crescimento tem acontecido de forma rápida e consistente, e Deus tem aberto portas por todo o continente. Estamos totalmente comprometidos com essa visão e cremos que, em breve, novas matérias aqui no Portal relatarão o avanço da Palavra em novos lugares e em mais países africanos sendo alcançados por essa mensagem transformadora.

Kalline: Não observamos apenas um crescimento físico ou geográfico, mas, sobretudo, um o crescimento real e profundo na vida das pessoas. Muitas delas chegaram cheias de sofismas, enganos e ideias distorcidas do que é a Palavra de Deus — e, ao longo do tempo, foram sendo transformadas. É uma mudança visível, literalmente do ‘água para o vinho’. A Palavra tem feito uma limpeza interior, de dentro para fora. O mais precioso é que essas mesmas pessoas têm se tornado multiplicadoras daquilo que receberam. A Palavra tem crescido primeiramente dentro delas, moldando suas convicções, para depois se expandir naturalmente para fora — alcançando outras vidas, justamente por causa do impacto que elas mesmas vivenciaram e agora compartilham com ousadia.

Quais os próximos os ao chegar em Lubango?

Samuel: A princípio, estamos em busca de um espaço físico para a realização dos cultos. Paralelamente, temos conversado com nosso pastor, que nos tem dado algumas orientações. Além disso, alguns pastores de Luanda já entraram em contato para falar que há ovelhas em Lubango que estão sem igreja e desejam voltar a congregar.

Kalline: Temos sido procurados por várias pessoas e, inclusive, o grupo de pessoas com o qual já mantemos contato em Lubango tem se mostrado muito receptivos — alguns têm até oferecido suas casas para a realização de discipulado. Nosso objetivo inicial é formar pequenos grupos de discipulado, onde possamos ministrar a Palavra. Outra frente é o trabalho social em parceria com o missionário Brás, que já realiza, por meio da JOBAB, um excelente trabalho com as crianças das aldeias. Nesse primeiro momento, vamos focar no discipulado e evangelismo. Mas temos planos de, futuramente, expandir para outros trabalhos sociais, como o Pão do Céu.